A Quinta da Conceição

Pórtico pormenor
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joaquim_monteiro

A outra solução era a Quinta da Conceição, ex-libris da freguesia no que respeita a sombras e espaços verdes. 

A onda de calor que vivemos esta semana e que ainda vai durar mais uns dias veio dar-me razão relativamente à marginal. Foi bem visível a falta de sombras e de bebedouros ao longo dos quase 2 Km de marginal.

A praia era uma solução já que o fresco da proximidade da água e a maresia são suficientes para baixar a temperatura ambiente e torna-la suportável.

A outra solução era a Quinta da Conceição, ex-libris da freguesia no que respeita a sombras e espaços verdes. E na verdade eram muitas as pessoas que escolheram este local para poder “respirar” deste calor inebriante.

Apesar do acréscimo de utentes neste domingo, a Quinta da Conceição continua a não ser um local de destino dos leceiros nos fins de semana e, muito menos, durante a semana.

Em 2008, a Quinta da Conceição foi concessionada a uma empresa particular para ser dinamizada e serem construídas algumas mais-valias.

Todo o processo de concessão foi conturbado, criaram-se movimentos contra a privatização da Quinta, realizaram-se assembleias de freguesia extraordinárias, os partidos políticos tomaram posição, reavivaram-se memórias e, no final, a Câmara Municipal de Matosinhos, apoiada pela maioria absoluta que possuía, tomou as decisões que quis.

Agora, passados cinco anos, a empresa a quem foi feita a concessão está de costas voltadas com a Câmara, as infraestruturas construídas estão abandonadas e vandalizadas, a Quinta não atrai a população.

Sei que é apenas uma opinião, mas parece-me que a Quinta da Conceição está muito pior agora do que há cinco anos.

Não pretendendo ser saudosista, a verdade é que todos os leceiros genuínos têm uma ou outra recordação irrevogável de infância, da adolescência ou da juventude. Os primeiros passeios de mão dada com aquele/a que para nós era a nossa «cara-metade», os primeiros beijos. Mas também as corridas e os exercícios físicos no circuito de manutenção, os jogos, os convívios, as fotos dos momentos mais marcantes das nossas vidas.

Hoje, a Quinta perdeu esta capacidade de nos atrair. Podemos afirmar que fomos nós que mudamos, que os tempos são outros, que existem ofertas variadas. Concordo com todos estes argumentos, mas não me satisfazem.

Os jardins do Palácio de Cristal passaram pelos mesmos problemas da Quinta da Conceição e sobreviveram, ou melhor, renasceram. Hoje são um polo de atração das famílias.

Mais, A Câmara Municipal de Matosinhos gastou milhares de euros na Quinta da Conceição, como na iluminação noturna, na criação do bar e na ligação entre quintas. Mas todo este dinheiro gasto deu em nada.

As opções políticas tomadas pela Câmara Municipal de Matosinhos foram um autêntico desastre para a Quinta da Conceição.

Não é necessário gastar tanto para reanimar a Quinta da Conceição. E não é são precisos grandes estudos. Basta ouvir o que as pessoas querem.

Até à próxima semana.

Saudações leceiras

Joaquim Monteiro


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