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Hoje, 1 de maio, «Dia do Trabalhador» é, também, o início da época balnear. Contrariamente ao sucedido no ano passado, o tempo trouxe-nos sol e calor, apesar da forte ventania de norte. Esta nortada, mais do que fria, é incomodativa. Mas o sol vence e isso nota-se logo na «procissão» de carros para a zona das praias e na quantidade de pessoas que deambulam na marginal.
Leça da Palmeira perdeu uma bandeira azul. No ano transato, neste mesmo espaço, congratulei-me pela recuperação da bandeira azul na praia de Leça. Este ano não posso deixar de manifestar a minha tristeza pela perca da bandeira azul na praia da Boa Nova. Num ano em que o país bateu o recorde de número de praias com bandeiras azuis – pela primeira vez Portugal vai ter mais de 300 praias com bandeira azul (mais precisamente 331) -, o que coloca o país no topo a nível mundial, é triste que Leça da Palmeira veja reduzir o número de praias com tal galardão.
Segundo a comunicação social, a retirada da bandeira azul à praia da Boa Nova nada teve a ver com a qualidade da água, mas sim com problemas de concessão devido à dificuldade em arranjar-se nadadores salvadores. Creio ser lamentável que tal aconteça por este motivo. Mesmo considerando o aumento do custo da formação dos nadadores salvadores que, segundo o presidente da Federação Portuguesa de Nadadores Salvadores, levará à queda do número de formandos, há sempre os que já tiraram o curso em anos anteriores e que ainda estão válidos. Segundo dados da comunicação social, existem em Portugal cerca de 7500 nadadores salvadores devidamente qualificados e são necessários cerca de 4000 por ano para a época balnear. Assim é difícil aceitar a justificação oficial.
O início da época balnear não é sinónimo de praias limpas
Por outro lado, em Matosinhos o início da época balnear não é sinónimo de praias limpas nem de bebedouros e passadiços funcionais.
Chega a ser frustrante ver tanta gente a circular nos passadiços, a andar ou a correr, ou até mesmo peregrinos carregados com as suas mochilas, aproximar-se dos bebedouros e ficarem desiludidos. Sei que na denominada época baixa, com a chuva e o tempo frio, a água não faz tanta falta. Mas era necessário estar-se atento e verificar que mal o tempo aquece a água torna-se essencial para a prática desportiva. Alguns poderão dizer que quem vai praticar desporto deve levar a água de casa. É verdade, mas também é verdade que se há bebedouros, que funcionem. Basta ver o que se passa no concelho vizinho do Porto onde os bebedouros do Parque da Cidade funcionam todo o ano.
Os passadiços em algumas zonas estão completamente intransitáveis pela quantidade de areia acumulada. Em Leça da Palmeira a zona frente ao bar do Aterro e em Perafita a zona do Aldeia Nova são as mais críticas. Tal estado é revelador da falta de cuidado dos nossos responsáveis autárquicos. Passam-se semanas, meses até sem que haja intervenções de limpeza e manutenção dos passadiços.
Já agora, por falar em manutenção e descuido, chamo a atenção para os candeeiros da marginal, nomeadamente da área junto ao farol, que se encontram em estado lastimoso. Tal facto torna-se ainda mais estranho por não estarmos a falar de candeeiros normais, mas sim de um estilo de autor, cujo custo foi certamente bem mais elevado. Não se compreende bem como em tão pouco tempo ficaram em tal estado.
Relativamente aos areais não me surpreende tanto que não estejam limpos até porque até há bem pouco tempo tivemos marés muito vivas que deixam muitos detritos. Também é um trabalho mais demorado, em que muitas vezes há necessidade de remover ou repor areia. Por outro lado, as campanhas que normalmente as juntas de freguesia fazem com o apoio da população em geral e de alguns grupos/coletividades têm feito com que a limpeza das praias seja relativamente célere.
Em jeito de conclusão, considerando o potencial económico da zona balnear para o concelho, é exigível um maior empenho por parte dos órgãos autárquicos na sua limpeza e manutenção.
Até à próxima semana.
Saudações leceiras
Joaquim Monteiro
Inteiramente de acordo.
Só acrescentar que em Leça não há um único bebedouro nem duche.
Se é por falta de verbas, para onde vai a derrama municipal da Petrogal?