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Várias famílias perderam as suas poupanças com o colapso do Banco Espírito Santo (BES) e Francisco, com 8 anos de idade, faz parte desse grupo. Ainda é novo demais para entender as sinuosidades das aplicações financeiras mas já sabe que nem sempre se pode confiar num banco.
A decisão do Banco de Portugal, que dita que o Novo Banco não tem obrigação de devolver o dinheiro dos clientes que fizeram aplicações em papel comercial do Grupo Espírito Santo (GES), trouxe desalento a muitas famílias que ainda esperam recuperar as suas poupanças.
Este domingo, o Jornal de Notícias conta a versão de Francisco Pinto, uma criança de oito anos natural de Leça da Palmeira que também se sente no direito de dizer que o BES lhe ficou com as poupanças.
Filho de pais empresários (a mãe é dona de uma microempresa com 10 funcionários) não se diz, no entanto, um miúdo rico mas todas as poupanças que tinha amealhado de prendas de familiares na sua curta vida (cerca de 6 a 7 mil euros) eram parte do montante que os pais aplicaram na antiga instituição bancária.
A mãe, Inês Castro, diz que é muito difícil explicar a uma criança como é que um banco, um sítio que é suposto ser seguro, pode ficar com todo o seu dinheiro. Afinal de contas, era “uma aplicação garantida como um depósito a prazo”, como assegurou, na altura, a gestora bancária.
Foram 350 mil euros perdidos pela família, sendo que os avós eram donos da maior parte do dinheiro. Tinha sido uma aplicação conjunta que decidiram fazer, no BES, para poderem ter uma melhor taxa de juro.
Recorde-se que o Banco de Portugal emitiu um comunicado na sexta-feira, depois da reunião com a associação de clientes detentores de papel comercial do Grupo Espírito Santo (GES), em que reafirmou que o Novo Banco não tem de compensar os clientes que compraram papel comercial do GES nos balcões do BES, e que só pode avançar com uma solução se esta não afetar o seu equilíbrio financeiro.
A Associação dos Lesados e Indignados do Papel Comercial (AILPC) do GES adiantou, de seguida, a intenção de “abrir um processo judicial contra o Banco de Portugal”.
in NM
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