Queixas dos transportes públicos em Leça da Palmeira

Transportes Públicos Resende e STCP
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Joaquim MonteiroAinda me lembro do 56, do 44 e do 76. As três linhas de autocarros dos STCP que faziam a cobertura em Leça da Palmeira. Sei que os tempos eram outros, que poucas pessoas tinham transporte próprio e que os transportes públicos eram quase a única alternativa.

Quase, porque depois havia a Resende e a A. Maia. Uma fazia a carreira pela Óscar da Silva e a outra pela Fernando Aroso.

Os anos passam, as freguesias crescem, os hábitos das pessoas alteram-se. As próprias companhias têm de se adaptar às novas realidades. Os STCP cedem muitos dos percursos das suas carreiras a empresas privadas.

A Resende ficou com grande parte dos transportes públicos em Leça da Palmeira. Criou linhas novas de forma a garantir a ligação de Leça da Palmeira ao Porto, mas também às restantes freguesias do concelho.

São várias as queixas dos utentes dos transportes públicos

Contudo, embora não sendo eu um utente regular da Resende, tenho ouvido várias queixas sobre a qualidade do serviço prestado pela empresa Resende.

Umas prendem-se com os autocarros. Embora a grande maioria tenha uma pintura renovada e no interior os estofos não estejam muito degradados, a verdade é que o barulho que fazem ao trabalhar e a quantidade de vezes em que avariam causam desconforto entre os utentes. Ainda há pouco tempo houve a notícia de um autocarro que ardeu em plena via pública. Também é certo que há pouco tempo a empresa anunciou a compra de novos autocarros. Contudo, espero que não sejam compras de aquisição de autocarros usados que, nos seus países de origem, já não estejam em plenas condições e sejam realmente veículos novos.

Resende - Incêndio em viatura

[su_spacer]Outras têm a ver com os horários. Pode ser culpa do trânsito, das avarias, ou de qualquer outro motivo, mas os autocarros da Resende raramente cumprem horários. Reconheço que é difícil cumprir horários quando grande parte das variáveis que os condicionam são externos à empresa. No entanto, há estudos e existem mecanismo de previsão do tráfego que permitem uma adaptação dos horários dos autocarros à realidade quotidiana. Não se pode é querer poupar na mão de obra e depois garantir que os «horários apertados» se cumpram. Acresce a tudo isto que, nas paragens da Resende não estão disponíveis os horários e o sitio na internet onde era possível visionar os horários está desligado há meses.

Esta situação agrava-se quando os motoristas, de forma a garantir a sua saída do trabalho em tempo útil «cortam» as carreiras. Por variadas vezes houve pessoas que se queixaram que estavam à espera do autocarro que vem da Areosa (carreira 111) para o Mar Shopping e que não aparecia nenhum. Depois, aparecia 1 ou 2 e todos diziam que iam só até Matosinhos. Questionados os motoristas a única razão que apresentavam era que estava na sua hora de saída.

Tal situação remete-nos para a terceira queixa que me tem sido apresentada, a falta de simpatia dos motoristas. Muitas vezes parece que andam zangados com a vida e descarregam sobre as pessoas as suas frustrações. Ou então serão ordens que recebem da empresa. Não sei, mas parece-me evidente que quem presta um serviço público tem de ter uma postura de abertura, de tolerância, de paciência, de disponibilidade, acima da média.

Claro que não são todos os motoristas, claro que não são todos os autocarros, claro que não é só com a Resende que tal acontece. Também com os STCP acontecem atrasos e há motoristas menos bem-dispostos. Mas como é uma empresa pública as pessoas estão mais habituadas a queixarem-se. E ao menos tem os horários disponíveis nas paragens e na internet.

Também reconheço que, sendo a Resende uma empresa privada, o seu primeiro objetivo é o lucro e não o serviço público. Mas está a prestar um serviço público e deve atender ao bem-estar da população.

Até à próxima semana.

Saudações leceiras

Joaquim Monteiro


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7 Comentários

  • Estou muito preocupado e chateada hoje a minha filha de 12 anos passou duas horas à espera do autocarro do 111 que devia vir de Mar Matosihno e passar pela igreja de Leça com destino ao Porto, que nunca chegou ao seu destino e teve de apanhar um Uber. Precisamos de resolver esta situação, precisamos de um controlo interno e de monitorizar as rotas atribuídas para prestar o serviço que merecemos a todos os utilizadores

  • Bem verdade, motoristas que trabalham 14 a 15 horas por dia, claro que nao podem andar de bom humor. (façam as contas de sono)
    Os autocarros são uma vergonha, sem piscas, direções cheias de folgas etc etc etc etc etc

  • Boa noite
    O exemplo que é apresentado referente à 111 baseia-se em factos reais, não inventados. É certo que há carreiras que vão até Leça e outras que acabam em Matosinhos. Mas quem está na paragem à espera e vê passar uma para Matosinhos, depois outra para Matosinhos, a seguir outra até Matosinhos e a seguinte para Matosinhos, tem todo o direito de questionar quando vem a que vai até Leça. E depois de todo este tempo ouvir dizer que é porque é a hora de saída do motorista, custa muito. Ou seja, NÃO SÃO RESPEITADOS OS HORÁRIOS NEM OS DESTINOS.

  • Neste artigo existem verdades e mentiras mas o povo nunca esta bem com o que tem… oh pah sao portugueses…

  • Boa noite.
    Depois de ler este artigo decidi também dar a minha opinião.

    A Resende não tem condições para transportar PESSOAS.

    Todos os dias estámos tempos infinitos a espera de uma camioneta. Tenho conhecimento de pessoas que chegaram a estar 3 horas a espera de uma única camioneta e os responsáveis da Resende, quando confrontados com tal, respondem com arrogância e ainda fazem das pessoas “sei lá o quê”.

    Existem camionetas que no inverno chove lá dentro, outras que se tem de ir com o vidro aberto devido ao ar tóxico sentido dentro das mesmas.

    De realçar também, que quando não existe lugares sentados e temos de ir em pé, as camionetas vão super lotadas (exemplo: onde só cabem 20 vão 50), também quando temos de ir de pé e nos vemos obrigados a agarrar aos ferros, ficamos com as mãos pegajosas devido á falta de higiene, isto é possível ver nos ferros, nos bancos, no chão, no teto e na parte exterior.

    Enquanto as camionetas desta empresa não começarem a ir a inspeções periódicas obrigatórias realizadas por profissionais e pela câmara de Matosinhos esta companhia continuará não puder transportar pessoas.

  • E verdade e no outro dia ia com o carrinho da minha bebe e o motorista recysou se a abrir me a porta de tras porque o carro passava pela frente quando eu sei que nao passava naquela passagem estreita. E fazer a reclamacao? Liguei atendeu me uma mulher mal humorada disse que ia chamar o chefe e desligou e depois ninguem atendia.

  • Boa Noite
    O vosso artigo contêm uma informação que não é verdade… na carreira 111 (São Roque > Leça (IKEA) da Resende a mesma contêm viagens PARCIAIS que acabam em Matosinhos (Mercado).. basta consultarem os horários no website da Resende

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