Símbolos de Leça da Palmeira: O Moinho da Boa-Nova

Moinho da Boa-Nova
Partilhe:

Translate


Há quase quatro anos escrevi um artigo sobre o moinho de Leça da Palmeira. Na altura, os nossos governantes autárquicos, tanto da Câmara como da Junta de Freguesia, tinham revelado interesse em arranjar uma solução para as suas ruínas. Estavam a decorrer as obras da denominada segunda fase da marginal de Leça, que incluíam a área entre o farol e a rotunda do Aldeia Nova (ou do Rochedo como também é conhecida).

A proposta que me foi apresentada pela responsável do pelouro do ambiente incluía a manutenção das paredes de pedra e a sua cobertura com uma estrutura de ferro e vidro, de forma a não interferir com a paisagem envolvente, de forma a converter as ruínas do moinho num posto de turismo. No entanto, o tempo passou e nada se fez.

Conheço algumas pessoas que me dizem que o simples facto de não se ter arrasado tudo na altura das obras e as ruínas ainda continuarem no local já é uma boa notícia.

Não consigo contentar-me com esta evidência tão simplista. Custa-me que os nossos autarcas não tenham o devido cuidado com os vestígios da nossa história. E se não fosse pela conservação da memória do sentir e do viver das gentes leceiras, pelo menos que tivessem uma visão de futuro e considerassem o impacto que os monumentos têm no turismo atual.

Moinho de Leça da Palmeira

Sei que os Caminhos de Santiago não são rotas turísticas e que os peregrinos não são turistas. Mas na verdade também o são. É vê-los a passar na marginal e a parar nas placas informativas que se encontram espalhadas em certos locais estratégicos. São raros os que se limitam a passar. A grande maioria procura conhecer os locais por onde passa.

E depois ainda temos os turistas, os verdadeiros turistas. É certo que a grande maioria vem pelas grandes obras, a marginal, a Casa de Chá, as piscinas, o farol. Mas também há os que procuram captar imagens únicas, os que simplesmente gostam de caminhar e apreciar o meio que os rodeia.

O moinho passa-lhes completamente ao lado, abandonado. Até conheço muitos leceiros que não fazem a mínima ideia do que são aquelas pedras. Conhecem e identificam mais depressa o Bar Azul. Aproveitam é a área circundante para estacionar, ignorando que estão sujeitos a uma multa bem elevada pois toda aquela área, onde se inclui a zona envolvente à estátua de homenagem a António Nobre, é área de reserva ambiental.

Sei de alguns leceiros para quem as obras da marginal continuarão inacabadas até que o moinho seja reconstruído. Nem que seja para que as pessoas saibam que aquelas pedras eram um moinho.

Joaquim Monteiro


Partilhe:

6 Comentários

  • Continua sem servir para nada, para coisa nenhuma o Velho Móinho de vento da Boa Nova

  • O velho Moínho da Boa Nova continua sem qualquer utilidade….. até quando senhores responsáveis pelo património?????

  • seria interessante pesquisar e saber mais sobre a utilização de moinhos nesta zona, se este foi o único, ou se existiram mais. Seria útil uma placa descritiva junto do moinho. pelo menos que conte a história dos diferentes moinhos da nossa costa.

  • De facto é uma pena continuar abandonado este velho moínho de vento situado na marginal de Leça da Palmeira.
    Noutras terras estaria já aproveitado para ser um balcão de carimbos dos peregrinos que rumam a Santiago de Compostela pelo litoral. Nesta altura são cerca de 200 que diariamente passam por ali. Um moinho abandonado que serve apenas para fazer xixi ou cocó a uma transeunte mais aflito.
    Também podia ser um local para venda de gelados, jornais, posto de Turismo,etc etc.
    Quando será restaurado???
    O arquitecto que o fez não tem nome sonante, não se chama Siza, nem Soutinho, nem Távora…..porque se fôsse de um arquitecto de nomeada já estaria pronto. O dinheiro sempre o dinheiro…

  • Sr. Joaquim Monteiro
    Bom dia,

    Gostaria de poder contacta-lo.

    Se poder facultar o seu email agradeço!

    Obrigado,

  • Se fosse em Matosinhos já. a muito tempo havia moinho enfim é como a marginalo piso Siza Vieira devia estar bêbado é uma. vergonha

Comentar