Crédito Automóvel Com Menos Financiamentos em Outubro

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Dados do Banco de Portugal revelaram uma descida de 25,6% em outubro no montante financiado em novos créditos ao consumo, com uma forte quebra no crédito automóvel.


Segundo o Banco de Portugal (BdP), o mercado de crédito ao consumo tem vindo a sofrer uma grande alteração face aos números oficiais de 2019. Apesar de terem existido mais pedidos de crédito em outubro deste ano, os bancos e entidades financeiras aprovaram um valor mais baixo. No total, foram concedidos 534,94 milhões de euros nesse mês.

Este foi o valor mais baixo desde agosto deste ano, que verificara a concessão de 504,37 milhões de euros. Ainda assim, os valores de outubro sofreram uma descida em termos homólogos de 25,6% em comparação com os dados do mesmo mês em 2019. 

Para explicar esta queda, foi realçada a descida em financiamento de crédito automóvel. De acordo com os dados oficiais do BdP, os créditos com fins automóveis chegaram ao financiamento de 237 milhões de euros, mas mesmo assim ocorreu uma diminuição de 1,2% ao nível da quantia disponibilizada para este sector.

Créditos Consumidores

Estes dados revelam que as pessoas estão a recorrer cada vez mais a cartões de crédito, apresentando um incremento no montante contratualizado para 2,4% e uma subida de 7,2% no número de contratos concedidos.  

Já se havia visto um equilíbrio em termos de valores entre este ano e 2019 em julho. No entanto, a tendência dos portugueses foi reduzir a quantidade de dinheiro pedido para este tipo de empréstimo. Esse pode ter sido o resultado do maior desconfinamento, que deu um impulso de 299,3 milhões de euros em maio para 420,3 milhões de euros em junho.

De acordo com esta informação, muitos portugueses podem estar a evitar a presença física em stands automóveis nas alturas de maior confinamento, o que leva a uma diminuição na procura de créditos para a compra de veículos. 

No total, foram concedidos em outubro 113.832 créditos, entre eles de crédito pessoal, automóvel e de cartões de crédito.

Descidas em Crédito Pessoal 

Nos casos de crédito pessoal com fins definidos, como é o caso de Saúde, Formação ou Energias Renováveis, existiu um aumento significativo de 15,2% face ao mês anterior. Isto pode-se dever ao aumento na procura da oferta financeira em entidades com taxas de juro e prazos de pagamento mais adaptadas a finalidades específicas. 

No entanto, e como se verifica na imagem em cima, o crédito pessoal, em termos gerais, também sofreu uma ligeira descida. Em outubro, face ao mesmo mês de 2019, o valor dos novos créditos pessoais recuou 40,17%, para 206 milhões de euros. Isto traduz-se numa descida de 1,4% em relação a setembro deste ano.

Outros créditos pessoais, como o crédito consolidado, registaram uma quebra ao nível de quantia contratualizada (-2,1%), chegando aos 196,16 milhões de euros. 

Estas descidas podem estar relacionadas com o aumento de desemprego em certos setores afetados pela pandemia. Com o decorrer do ano, metade das pessoas que mais recorreram a moratórias, tanto em crédito pessoal como automóvel, estavam empregados na área do turismo, hotelaria e restauração. Já cerca de 10% dos devedores com moratória estão em situação de desemprego, inactividade ou reforma.

Neste momento, o BdP prevê que as moratórias terminem em setembro de 2021. Com este atraso nos pagamentos, os bancos podem perder 11 mil milhões em créditos concedidos a empresas e 2 mil milhões em famílias durante este período. 

Aqui pode-se ver o efeito direto que a pandemia surtiu na carteira dos portugueses, das empresas e nos perfis financeiros de ambos. 

Mesmo assim, o BdP indica que “mais de metade dos mutuários com empréstimos em moratória pertencem a agregados familiares que não terão registado uma quebra de rendimento face ao nível pré-pandemia. Este resultado indicia que uma parcela significativa de devedores terá recorrido à moratória por motivo de precaução, pese embora esta possa ter sido, também, a principal motivação para famílias com quebras de rendimento”.



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