Como Matosinhos se tornou numa referência no Design

Casa do Design Matosinhos

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A autarquia de Matosinhos e a ESAD – Escola Superior de Artes e Design têm estado a apostar em várias infra-estruturas de divulgação e desenvolvimento da disciplina de design. Aqui fica um percurso por vários espaços e edifícios que transformaram a cidade num ponto de referência nacional.

Casa do Design

Chama-se Casa do Design mas, na verdade, corresponde à antiga garagem para automóveis da autarquia. A rampa de acesso deu lugar a escadas e no interior as paredes e tecto foram pintados de branco. O espaço, com 2.400 metros quadrados, abriu em Junho do ano passado com a exposição Burilada — Arte-Factos para a Sobrevivência. A ESAD — Escola Superior de Artes e Design, que já realizava exposições no antigo posto de turismo do mercado da cidade, ficou a gerir a Casa do Design, que se apresenta como o único grande espaço de exposição do país dedicado ao design. Quem passar agora por lá encontra a exposição Almanaque – Design Gráfico Português em Revista, que reúne publicações que permitem percorrer 150 anos de design gráfico, ilustração e tipografia em Portugal. Localização: Paços do Concelho.

Quadra no Mercado

Quadra no MercadoA Quadra – Incubadora de Design está a funcionar há quase três anos no Mercado de Matosinhos e resulta de um acordo entre a autarquia e a ESAD, envolvendo uma obra de 381 mil euros. No arranque recebeu 13 empresas do sector gráfico, arquitectura, equipamento, produção têxtil, moda, joalharia e vídeo e multimédia. Alguns incubados, como a designer de joelharia Joana Ribeiro, já deram o salto para projectos de maior dimensão. Pelo espaço passaram Maria Gambina (moda), o Toni Grilo (mobiliário) ou o André Tentúgal (vídeo).

Um Manifesto visual

Um Manifesto visualNo Mercado de Matosinhos encontra também a galeria/livraria Manifesto. A galeria é dedicada à área da fotografia documental e recebeu recentemente a exposição 15 Anos da National Geographic em Portugal, com uma retrospectiva das melhores reportagens da edição portuguesa da revista. Os fotógrafos estiveram na cidade a falar sobre os seus trabalhos. Na livraria estão à venda revistas como Staples, Kinfolk, Other Peopel, Intern, Eye ou The Great Discontent. Vale a pena conhecer o blogue do Manifesto (omanifesto.pt/blog) que inclui uma secção com Gente do Papel, dedicada a empreendedores de revistas, como Catarina de Almeida Brito, co-editora do Migrant Journal (publicação que explora a circulação de pessoas, bens, informação, flora e fauna pelo mundo), Pedro Saavedra, director da revista Gerador, ou Inês Catarina Pinto, criadora da revista Nevoazul, que junta minimalismo, consumismo, sustentabilidade, cultura, arte e literatura.

Revista Pli

A Pli Arte & Design é a revista da ESADA Pli Arte & Design é a revista da ESAD, tem um preço de capa de 16 euros, mas ultrapassa os muros da escola. A edição mais recente tem como tema a XXI Trienal de Design de Milão. A revista foi lançada em 2011. “Num contexto de crise fez-se surgir um novo projecto editorial; num contexto de crescimento na edição digital e recessão da edição impressa, a Pli afirmava a importância da sua dimensão material; num momento em que se diagnosticava uma profusão de um pensamento light e global, a Pli afirmava a intenção de se afirmar como local de uma radicalização do pensamento projectual”, referem os responsáveis. A edição é de José Bártolo e Sérgio Afonso.

A unir todos estes pontos

ESADO ESAD-Idea, Associação para a Promoção da Investigação em Design e Arte nasceu em 2013, em plena retracção na investigação científica em Portugal. Esteve entretanto envolvida na exposição para as comemorações dos 40 anos do 25 de Abril (A Liberdade da Imagem, Porto, 2014), no projecto de investigação europeu D-Think, na exposição dedicada ao trabalho de design de Álvaro Siza (Siza Design, Matosinhos, 2015), em projectos para o Ano do Design Português, para a Experimentadesign, para a XXI Trienal de Milão e para a exposição inaugural da Casa do Design.
A ESAD-Idea tem a seu cargo a gestão da Incubadora de Design de Matosinhos e a orientação da Casa do Design. Está instalada nos antigos edifícios da Caixa Geral de Depósitos e da Casa de Crédito e Previdência, datados de 1937, e que entretanto passaram por uma requalificação, a cargo da arquitecta Maria Milano, dando origem a um espaço multifuncional para acolher o centro de investigação da ESAD, uma cafetaria, uma galeria, uma concept store e uma residência de artistas.

Rota da Arquitectura

Rota da ArquitecturaÉ o novo ícone. O Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões foi eleito o Edifício Público do Ano 2017 pelo ArchDaily, o site de arquitetura mais visto do mund. Já antes, o edifício da autoria de Luís Pedro Silva tinha conquistado o título de Melhor Porto do Ano nos Seatrade Awards 2015, uma distinção da AZAwards e a classificação de Melhor Projecto Público da revista Construir.
Na rota da arquitectura contemporânea de Matosinhos são pontos obrigatórios a Casa de Chá da Boa Nova e a Piscina das Marés (Siza Vieira), o edifício da Câmara Municipal e da Biblioteca (Alcino Soutinho), a nova marginal de Matosinhos (Eduardo Souto Moura) e a Quinta da Conceição e a adaptação do Museu da Quinta de Santiago (Fernando Távora).

Uma nova Casa

Casa da Arquitectura - MatosinhosA Casa da Arquitectura-Centro Português de Arquitectura, situada no quarteirão da Real Vinícola, será inaugurada a 16 de Junho. Os pormenores sobre o projecto foram apresentadas no ano passado em Veneza, durante o encerramento da Representação Oficial Portuguesa da Bienal de Arquitectura. A primeira exposição terá como tema Poder Arquitectura, com 40 projectos que exploram a relação entre a disciplina e os vários tipos de poder. A Real Vinícola, construída entre 1897 e 1901, foi a primeira unidade industrial de Matosinhos-Sul. O edifício vai ainda acolher a sede da Orquestra de Jazz de Matosinhos e vários espaços comerciais. Custo do investimento? Oito milhões de euros.

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