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2017 começa mal. Vimos partir dois homens que, enquanto políticos, marcaram as nossas vidas, um a nível nacional e outro a nível local, Mário Soares e Guilherme Pinto.
Fui educado que, na política, não temos inimigos mas sim adversários. Também me ensinaram que podemos ter visões diferentes sobre a mesma realidade, podemos ter outras prioridades que os restantes, mas isso não faz com que sejamos melhores ou piores.
Por isso mesmo, mesmo estando muitas vezes em «lados opostos» das posições de Mário Soares e de Guilherme Pinto, nunca personalizei as críticas nem nunca fiz juízos de valor sobre as atitudes que tomaram. Muitas vezes considerei que não tomaram as medidas corretas, que fizeram opções erradas, mas nunca duvidei que as tomaram acreditando que eram as melhores para os portugueses, no caso de Mário Soares, e para os matosinhenses, no caso de Guilherme Pinto.
Mário Soares: «pai» da democracia portuguesa
É por isso que vemos a forma sentida como os portugueses reagiram ao desaparecimento de Mário Soares. Com toda a certeza que não agradou a todos, que há quem se sinta prejudicado pelas escolhas que fez enquanto governante, mas a grande maioria dos portugueses consegue ver para além do «eu» e reconhecer a grandeza do homem e estadista. Não é por acaso que em todo o mundo a notícia do seu falecimento fez eco na comunicação social. Chegaram mesmo a afirmar que desapareceu um dos últimos políticos marcantes da história mundial do século XX, do após guerra. Outros apelidaram-no de «pai» da democracia portuguesa.
Para nós portugueses, socialistas ou não, a verdade é que partiu um homem que marcou o Portugal democrático. De todas as medidas que tomou e que marcaram o nosso quotidiano e futuro destaco uma, a integração na União Europeia. Apesar de todas as dificuldades que a União Europeia vive hoje em dia, não tenhamos dúvidas de que a nossa vida seria muito diferente se não estivéssemos integrados na União Europeia.
Guilherme Pinto também marcou o concelho de Matosinhos, primeiro como vereador e depois enquanto presidente da Câmara. Afirmava ter o objetivo de transformar Matosinhos, de o tornar um concelho reconhecido a nível nacional e internacional, um concelho atrativo para as pessoas viverem e para as empresas. A sua governação não foi tão unanimemente aceite pelos matosinhenses como a de Mário Soares pelos portugueses. Nem mesmo no seu partido político, o Partido Socialista, do qual teve de se desfiliar para ser candidato independente há quatro anos. Tinha regressado há poucos dias ao seu partido de sempre.
Como diz o povo, um homem só morre verdadeiramente quando deixam de se lembrar dele. Tenho a certeza que Mário Soares ficará na história de Portugal e que Guilherme Pinto da história de Matosinhos.
Até à próxima semana.
Saudações leceiras
Joaquim Monteiro
Estranha cegueira política.
Porque não três?
Não referir o Professor Daniel Serrão, a mais genial personalidade das três é mais do que uma distração.
Dir me à, o artigo é sobre dois políticos. E políticos não somos todos nós.
Que a luz vos acompanhe, assim como aos que partiram