Para que servem os passeios?

Passeios Rua Veloso Salgado
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Joaquim MonteiroEste verão foi marcado em Matosinhos pela introdução de parquímetros em várias artérias. Foi acérrima a discussão nas redes sociais relativamente a este assunto. Quase todos se manifestaram contra a instalação dos parquímetros, contra o «cerco» que se está a efetuar aos que usam o automóvel para ir trabalhar.

Sei de alguns comerciantes que manifestaram o seu desagrado por ter de ir estacionar longe dos seus estabelecimentos para poder estar a trabalhar. Sentem-se injustiçados, quase como ter que pagar para trabalhar.

Igualmente manifestam a sua preocupação pelos seus clientes. Temem perder clientes, pois se as pessoas têm de estacionar longe, simplesmente desaparecem. Ainda mais numa altura em que a fiscalização nos estacionamentos é, no mínimo, feroz.  E a verdade é que os clientes queixam-se e não é pouco. Uns porque tiveram de estacionar longe e fazer o percurso a pé, outros porque o serviço está demorado e arriscam-se a que passe o tempo de estacionamento que pagaram.

Quase que me apetece dizer a estes comerciantes e aos seus clientes que venham para Leça da Palmeira, mais concretamente par a rua Veloso Salgado. Nesta rua vale tudo.[su_spacer]

Rua Veloso Salgado[su_spacer]

A rua Veloso Salgado é uma das principais vias de acesso à A28, dá o acesso à Exponor, ao Parque desportivo da Bataria, ao Bairro do Monte Espinho, ao estádio do Leça Futebol Clube, ao Mar Shopping, entre outros. Apesar de ter a possibilidade de ser uma via larga e permitir um escoamento rápido, temos uma rua com uma só via em cada sentido, com passeios largos, sem espaços para paragem de transportes públicos que não obriguem cortar o trânsito. As filas são constantes durante quase todo o dia, provocando muitas vezes engarrafamento nas artérias envolventes, como é o caso da Avenida Fernando Aroso (rua da igreja) e da Belchior Robles (rua do farol).

Mas tem passeios largos, bem largos. Na altura, os responsáveis autárquicos disseram que tal acontecia pela necessidade de limitar a velocidade nas zonas urbanas e aumentar a mobilidade dos peões, promovendo a prática de exercício físico.

Concordo plenamente que a limitação do espaço para os automóveis limita a velocidade, faz com que circulem mais devagar e, consequentemente aumente a prevenção de acidentes, nomeadamente de atropelamentos. Tudo isto apesar do incómodo das filas de trânsito, principalmente no verão, na época das praias.

Mas já não entendo que os passeios não sejam para os peões. Principalmente nos 200 ou 300 metros que vão desde o estacionamento do parque desportivo até à rotunda da onda (rotunda da Exponor). Neste pequeno espaço, dum lado temos casas de decoração e um restaurante e do outro lado um hotel.

No lado dos estabelecimentos de decoração e do restaurante o passeio tem 4 ou 5 metros de largura. Mas muitas vezes nem um carrinho de criança consegue passar. Durante todo o dia os carros estacionam em cima do passeio, por vezes em duas filas, uma de cada lado do passeio. Isto mesmo ao fim de semana. E tudo fica ainda pior quando está a carrinha das bebidas a descarregar. Estaciona em frente do restaurante, ocupa o passeio todo e quem quer passar anda «aos esses» ou vai para a rua.

Mas mais incompreensível se torna esta situação quando vemos que a rua Veloso Salgado tem lugares para estacionamento, gratuitos, que muitas vezes estão vazios, principalmente do lado nascente (do hotel). Acresce que, a cerca de 50 metros, na travessa Veloso salgado existem lugares de estacionamento gratuitos que estão vazios praticamente todo o dia. E se avançarmos 100 metros, o parque de estacionamento do Parque Desportivo da Bataria tem inúmeros lugares de estacionamento, gratuitos, que estão vazios o dia inteiro.

Por isso é difícil entender que na mesma freguesia, dum lado os comerciantes e os clientes tenham de pagar e, noutro lado, vale tudo, mesmo estacionar em cima do passeio e ninguém, seja importunado pelas autoridades.

 

Até à próxima semana.

Saudações leceiras

Joaquim Monteiro

 

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1 comentário

  • A empresa do parquímetros em Matosinhos está a enviar para uma empresa de advogados as “dividas” da falta do ticket ou por ter passado o tempo.

    A empresa de advogados fala em dividas, erradamente no meu aspeto porque são valores resultantes de multas.

    Como é que esta empresa de advogados teve acesso às moradas do prevaricadores? A autoridade nacional de Segurança Rodoviária nada está a mandar como é possível vir esta empresa de advogados “ameaçar” com processos judiciais por valor irrisórios.

    E o nosso direito de impugnar a multa, onde fica? Pelo que sei os funcionários são pagos à comissão. Qualquer uma eles pode inventar uma hora e uma matricula para “multar”.

    Assim sendo fica a pergunta é legal entregar estas multas a uma empresa de advogados?

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