Toponímia Leceira

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Joaquim MonteiroA toponímia, é a divisão da onomástica que estuda os topónimos, ou seja, nomes próprios de lugares, da sua origem e da sua evolução. É considerada uma parte da linguística, com fortes ligações com a história, a arqueologia e a geografia. Existem várias formas de classificar os topónimos e, para isso, pode-se utilizar um sistema de taxonomia: pelo idioma de origem, pela estrutura de formação, por batismo oficial e pela composição lexical.

Não me interessa entrar neste campo científico, pelo que me limitarei ao que se costuma designar de senso comum.

Quem quer conhecer uma cidade ou uma localidade tem de recorrer muitas vezes aos nomes das ruas e dos lugares. É aí que se bebe a essência da localidade e das suas gentes. Por exemplo, é impossível conhecer a história do Porto sem se ter em consideração os nomes dos lugares e das ruas.

Em Leça da Palmeira passa-se algo igual. Quem quer conhecer a história de Leça tem de ter em consideração os nomes dos locais, até porque alguns já desapareceram.

São inúmeras as pessoas que moram em Leça da Palmeira que não fazem a mínima ideia do que era o «Monte das Varas», porque não há nenhuma rua com esse nome. Mas para quem é de Leça, com toda a certeza que tem bem gravado na memória esse local e terá certamente uma história a contar sobre algo que ocorreu ali.

Depois há os lugares que ainda existem porque têm uma rua ou um beco com o seu nome. Claro que não significa que quem lá mora se dê ao cuidado de tentar saber o porquê do nome da rua, mas ela está lá. Posso incluir neste lote a Rua da Bataria, a Rua do Monte Godim, a Rua do Sardoal, a Rua de Vila Franca ou a Rua de Rodão. Quantas pessoas haverá que moram na Rua da Bataria e sabem o que é a bataria?!

Um outro exemplo pode ser o Lugar de Gonçalves. Nem sequer existe uma rua com essa designação. Quantos leceiros saberão que esse lugar existe? E ainda mais difícil, quantos moradores de Leça da Palmeira, passando pelas ruas do lugar de Gonçalves acreditará que estão em Leça da Palmeira?!

E se falar na praia do aterro que até está «na moda». Quantas pessoas saberão o porquê desse nome?

Muitos dos leitores desta crónica perguntar-se-ão: e que me interessa saber o porquê dos nomes? Eu respondo: porque somos seres humanos e o ser humano é curioso por natureza.

 

Até à próxima semana.

Saudações leceiras

Joaquim Monteiro


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1 comentário

  • Meu avô nasceu na Rua Fresca. Acredito a Rua tenha esse nome pelo fato de receber o vento que soprava do mar. Estou certo?

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