Viva a fartura!

Cayo Carpo

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joaquim_monteiroEste fim de semana o grande desafio para as famílias leceiras era a seleção do programa, já que eram inúmeras as ofertas e opções dentro e fora do Concelho de Matosinhos.
Vejamos:
Continuam a decorrer as festas do Senhor de Matosinhos, que são sempre um «chamariz» graças aos carrocéis, às farturas, às sardinhas assadas, ao pão com chouriço e muito mais.

A poucas centenas de metros, ainda em Matosinhos, tivemos a recriação da lenda de Cayo Carpo, mais conhecido entre a população pelo mercado romano e que se enquadra nas recriações históricas promovidas pela Câmara Municipal de Matosinhos.

A meia dúzia de quilómetros decorria o Serralves em Festa. Foram 40 horas ininterruptas de concertos, teatro, dança, espetáculos musicais, passeios pelo parque, visitas ao Museu de Arte Contemporânea. As expectativas da organização apontavam para mais de 150 mil visitantes.

Um pouco mais para dentro da cidade do Porto tínhamos a decorrer diversas atividades nos jardins do Palácio de Cristal, como «preparação» da grande festa do Dia Mundial da Criança.

Ainda a pouco mais de uma dezena de quilómetros tivemos a Feira Medieval de Moreira da Maia, que sendo uma recriação histórica do tempo a seguir à queda do Império Romano, na prática apresenta as mesmas tendas, as mesmas peças artesanais, as mesmas comidas e bebidas que o mercado romano que decorria em Matosinhos.

Como diz o velhinho ditado popular, «não há fome que não dê em fartura». Após aqueles fins de semana terríveis que tivemos em abril, com mau tempo constante, em que sair de casa era quase sinónimo de ir passear para um qualquer centro comercial, agora fomos brindados com o inverso. E nem falei na opção praia, pois apesar das temperaturas agradáveis, o vento forte que se tem feito sentir desmotiva os menos entusiásticos, como é o meu caso.

Esta situação algo bizarra, de tamanha oferta cultural/recreativa ao mesmo tempo e num espaço geográfico tão curto, fez-me refletir sobre a planificação dos eventos.

Vivendo nós num mundo de globalização, em que as atividades são programadas com meses de antecedência e publicitadas no “mundo virtual” a que todos têm acesso, de uma forma ou de outra, não me parece lógico que concelhos limítrofes organizem atividades culturais ao mesmo tempo.

Menos lógico ainda é, quando o mesmo concelho, na mesma freguesia, organiza eventos «concorrentes» ao mesmo tempo. Parece-me falta de planificação e de coordenação.

Se calhar, para a semana temos o outro lado do problema, o não sabermos onde levar a família, pois todos os eventos decorreram esta semana.

Até à próxima semana.

Saudações leceiras

Joaquim Monteiro


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