Celebração Familiar para o Domingo de Ramos – Proposta do Padre Francisco

Domingo de Ramos

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Caríssimos(as) paroquianos(as) e amigos:

A nossa igreja, nossa casa de família, vai estar fechada para evitar contágios. Fisicamente, vamos ver a porta fechada. Mas, o nosso coração estará lá sempre presente, bem juntinho a Jesus Sacramentado, que no sacrário espera por cada uma e cada um de nós. Por isso, estaremos sempre lá.

Continuarei a celebrar todos os dias a Eucaristia: de segunda a sexta, às 19 horas; ao sábado às 17 e ao domingo às 11, com todos e por todos. Ao domingo será transmitida, como até aqui, via Facebook. Na minha frente ver-vos-ei, espiritualmente, presentes. Estaremos sempre unidos. Os nossos sinos tocarão todos os dias, como antes, às mesmas horas, para que nos lembremos da hora do encontro com o Senhor. Aceitemos com muito amor mais este “espinho”. Que o Senhor aceite a nossa dor.

FIQUEMOS TODOS EM CASA.

Este Domingo somos convidados a subir com Jesus a Jerusalém. Não “agitaremos” ramos, mas o coração, para que nos possamos unir nesta “Semana Singular” à Sua Paixão, Morte e Ressurreição. Desde que me conheço, será a semana mais triste e dura da nossa vida cristã, mas, nem por isso, deixará de ser Santa, pois nela reviveremos o mistério central da nossa fé: “O Mistério Pascal”. Ofereçamos a nossa dor ao Senhor, pedindo-Lhe que bem depressa nos liberte desta provação.

Envio-vos uma proposta de oração para este Domingo de Ramos e, também, um poema que me enviaram. Ele reflete bem o sentimento sofredor do Papa Francisco, que sentimos também.

Ao longo da semana enviarei, a partir de quarta-feira, propostas de celebração para: Quinta-Feira Santa, Sexta-Feira Santa, Sábado Santo e Domingo de Páscoa.
Vivamos intensamente este Tempo de Graça, ainda que sofrido. Nos dias do Tríduo Sagrado, não nos limitemos a celebrar a Paixão do Senhor, mas entremos no mistério, façamos nossos os sentimentos e as atitudes de Jesus.

Semana Santa - Cruz Quaresmal

Domingo de Ramos
Liturgia familiar

(Podemos ter numa mesa: uma cruz, um pano vermelho, uma vela, um vaso de plantas ou, um simples verde ou flor)

  1. Introdução

Guia: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.

Todos: Ámen.

Guia: Hossana ao Filho de David. Bendito aquele que vem em nome do Senhor.

Todos: A Ele glória e louvor pelos séculos dos séculos.

Guia: A comunidade cristã faz, hoje, memória da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Noutras circunstâncias, haveríamos de nos reunir todos juntos, na nossa igreja, com a nossa comunidade, para viver o sinal da procissão com as palmas e os ramos de oliveira abençoados, imitando as multidões que acolheram Jesus e O aclamaram Rei e Senhor. E depois, participaríamos na celebração da Eucaristia. Este ano não é possível viver isto todos juntos, mas também da nossa casa queremos aclamar Cristo neste dia. Queremos acolher o Senhor Jesus na nossa habitação e confiar-Lhe a oração por nós, pelos nossos amados e por toda a humanidade. Pedimos para O seguir até à cruz e à ressurreição. A Sua paixão mude o nosso coração, e torne a nossa vida rica de frutos de boas obras.

Um membro da família leva para a mesa o vaso com as plantas verdes, o simples verde ou flor.

Guia: Deus todo-poderoso e eterno, através de um ramo de oliveira anunciaste a Noé e aos seus filhos a Tua misericórdia e a aliança com toda a criatura, e através dos ramos de árvores quiseste que o Teu Filho Jesus fosse aclamado Messias, Rei da paz, humilde e manso, que veio para cumprir a aliança definitiva: olha para esta Tua família, que deseja acolher com fé o nosso Salvador, e concede-nos segui-l’O até à cruz, para participarmos da Sua ressurreição. Ele que vive e reina pelos séculos dos séculos.

Todos: Ámen.

 2. Proclamação da Palavra e meditação

Guia: Rezemos juntos com o Salmo 46.

O Salmo pode ser rezado alternando dois leitores, ou alternando um leitor e todos, ou distribuindo as estrofes por cada membro da família, ou confiando as estrofes a um leitor enquanto os outros repetem o refrão.

Todos (refrão): Louvor e glória a ti, Cristo Salvador.

Povos todos, batei palmas,
aclamai a Deus com brados de alegria,
porque o Senhor, o Altíssimo, é temível;
Ele é o grande rei de toda a terra.

Todos (refrão): Louvor e glória a ti, Cristo Salvador.

Ele submeteu os povos ao nosso poder,
pôs as nações a nossos pés.
Para nós escolheu a nossa herança,
a glória de Jacob, seu predileto.

Todos (refrão): Louvor e glória a ti, Cristo Salvador.

Deus subiu por entre aclamações,
o Senhor subiu ao som da trombeta.
Cantai a Deus, cantai!
Cantai ao nosso rei, cantai!

Todos (refrão): Louvor e glória a ti, Cristo Salvador.

Pois Deus é o rei de toda a terra,
cantai-lhe um poema de louvor!
Deus reina sobre as nações,
Deus está sentado no seu trono santo.

Todos (refrão): Louvor e glória a ti, Cristo Salvador.

Reuniram-se os príncipes dos povos
ao povo do Deus de Abraão.
Pois dependem de Deus os potentados da terra;
Ele está acima de todas as coisas!

Todos (refrão): Louvor e glória a ti, Cristo Salvador.

Um dos membros da família pode acender uma vela. A seguir, proclama-se o Evangelho: por uma só pessoa, ou distribuindo as vozes do Narrador, de Jesus (que pode ser lida pelo pai ou por um dos membros mais velhos da família) e dos intervenientes (outros membros da família)

Do Evangelho segundo Mateus (Mt 21,1-11)

Narrador: Quando se aproximaram de Jerusalém e chegaram a Betfagé, junto ao monte das Oliveiras, Jesus enviou dois discípulos, dizendo-lhes:

Jesus: Ide à povoação que está em frente e encontrareis uma jumenta presa e, com ela, um jumentinho. Soltai-os e trazei-mos. E se alguém vos disser alguma coisa, respondei que o Senhor precisa deles, mas não tardará em devolvê-los.

Narrador: Isto sucedeu para se cumprir o que o Profeta tinha anunciado: «Dizei à filha de Sião: “Eis o teu Rei, que vem ao teu encontro, humildemente montado num jumentinho, filho de uma jumenta”». Os discípulos partiram e fizeram como Jesus lhes ordenara: trouxeram a jumenta e o jumentinho, puseram-lhes em cima as suas capas e Jesus sentou-se sobre elas.
Numerosa multidão estendia as capas no caminho; outros cortavam ramos de árvores e espalhavam-nos pelo chão. E, tanto as multidões que vinham à frente de Jesus como as que o seguiam, diziam em altos brados:

Interveniente: Hossana ao Filho de David! Bendito O que vem em nome do Senhor! Hossana nas alturas!

Narrador: Quando Jesus entrou em Jerusalém, toda a cidade ficou em alvoroço.

Interveniente: Quem é Ele?

Narrador: … perguntavam. E a multidão respondia:

Interveniente: É Jesus, o profeta de Nazaré da Galileia.

Momento de silêncio para reflexão. Pode ler-se por inteiro ou parcialmente a meditação que se propõe a seguir; ou, lendo-a ou não, extrair algumas pistas para a partilha pessoal sobre o que mais sensibilizou os participantes.

Guia: Escutámos o Evangelho que nos narra a entrada de Jesus na cidade de Jerusalém.
A antífona de entrada, que introduz a missa de hoje, quando não se realiza a procissão, diz assim: «Seis dias antes da Páscoa, o Senhor entrou em Jerusalém e as crianças vieram ao seu encontro, com ramos de palmeira, cantando com alegria: “Hossana nas alturas. Bendito sejais, Senhor, que vindes trazer ao mundo a misericórdia de Deus”».

O mesmo canto ressoa neste dia nos nossos lábios. E o nosso coração quer abrir-se para acolher no meio de nós, na nossa casa, Jesus, nosso Rei e Redentor, a quem pedimos a graça de O acompanhar não só nesta hora, mas de O seguir até à cruz, para participarmos na alegria da Sua Ressurreição.

Na proposta da nossa Diocese do Porto, a palavra-chave desta semana é “reinar”. Porquê? Porque neste Domingo, Jesus Cristo é aclamado, na Sua entrada triunfal em Jerusalém, como Rei e Redentor. Porém, é no dom de Si mesmo na Cruz, que a sua realeza se afirma e é aí, na Cruz, que se realiza a nossa redenção, a nossa salvação.

A proposta para esta semana é esta: deixarmos Cristo reinar, tornando-Se Ele mesmo nosso Rei, “para que permaneçamos unidos a Ele e demos fruto abundante de boas obras”. A Cristo que padece e se compadece de nós, queremos confiar sobretudo este momento de pandemia, de grande provação e sofrimento no nosso país e em toda a humanidade. Pedimos-lhe que dê a sua força aos médicos, aos enfermeiros, a todos os agentes de saúde que estão a tratar os muitos doentes. Pedimos-lhe que sustente os doentes e os seus familiares.

A nossa oração sobe ao Pai a partir da nossa família, unindo-se à oração de toda a grande família da Igreja, da que fazemos parte. Que, pela Paixão de Cristo, o coração de cada pessoa regresse ao Pai que o criou e redimiu, e assim a vida de todos seja se renove inteiramente. Nesta Semana Santa, unidos a Cristo, na sua Paixão, Morte e Ressurreição, todos aqui renascemos.


  1. A ti sobe a nossa oração

Olhando para a cruz colocada sobre a mesa, aclama-se a Cristo, morto pela nossa salvação.

Interveniente: Voltemos o olhar para aquele que por nós foi trespassado.

Todos: Louvor e glória a ti, ó Cristo, Rei e Redentor.

Interveniente: Senhor, Tu precedes-nos a cada dia, e nós seguir-te-emos passo após passo. Qualquer que seja o caminho, é maravilhoso caminhar contigo.

Todos: Louvor e glória a ti, ó Cristo, Rei e Redentor.

Interveniente: Senhor, os nossos olhos contemplam o teu rosto, estão seduzidos pela tua infinita e misteriosa beleza. Qualquer que seja a maneira como te revelas, é maravilhoso contemplar-te.

Todos: Louvor e glória a ti, ó Cristo, Rei e Redentor.

Interveniente: Senhor, a nossa boca balbucia o teu Nome, Tu inspiras as suas palavras e sons. Qualquer que seja a língua que te canta, é maravilhoso orar-te e louvar-te.

Todos: Louvor e glória a ti, ó Cristo, Rei e Redentor.

Interveniente: Senhor, a nossa mão está estendida diante de ti, mais não somos do que mendigos de amor. Qualquer que seja o dom que nos ofereces, é maravilhoso recebê-lo de ti.

Todos: Louvor e glória a ti, ó Cristo, Rei e Redentor.

Interveniente: Senhor, o nosso coração procura-te e anseia-te: não queremos outra coisa a não ser morar em ti. Qualquer que seja o lugar onde habites, é maravilhoso encontrar-te e estar contigo.

Todos: Louvor e glória a ti, Senhor Jesus!

Cada membro da família pode apresentar as suas preces, espontâneas, ou preparadas antes de começar a oração.

Guia: Deus todo-poderoso e eterno, que deste como modelo aos seres humanos Cristo, teu Filho, nosso Salvador, feito homem e humilhado até à morte de cruz, faz com que tenhamos sempre presente o grande ensinamento da sua paixão, para participar na glória da ressurreição. Ele que é Deus e vive e reina contigo, na unidade do Espírito Santo, pelos séculos dos séculos.

Todos: Ámen.

Guia: Agora, com os mesmos sentimentos de Jesus Cristo, trazemos no coração os sofrimentos e as aspirações de todos os seres humanos, e unidos a Ele rezamos:

Todos: Pai nosso…
 


  1. Invocação da bênção do Pai

Guia: Pai, dirige o olhar para a nossa família e para toda a humanidade: o nosso Senhor Jesus Cristo, que não hesitou em entregar-se às mãos dos malfeitores e a sofrer o suplício da cruz, nos acompanhe com a sua misericórdia, e abra o nosso coração à esperança. Ele que vive e reina pelos séculos dos séculos.

Todos: Ámen.


Papa Francisco a Rezar

CHORASTE, FRANCISCO

Da minha janela
aplaudo, ou acendo uma vela,
a quem no dia-a-dia
conjuga o verbo amar,
arriscando sua vida
para outras salvar.

No nada se perdeu o eco perdido,
eco que fugira do silêncio.
Afinal, todos somos como Lázaro.
Quem acredita em Ti, Senhor,
não morrerá!

Choraste, Papa Francisco,
e contigo eu também chorei
e até o Céu chorou!
Chorou o Santo Padre
e chorou a Natureza.
Que imensa beleza
no meio de tão grande tristeza!

(João Coelho dos Santos)


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