As (in)competências dos nossos políticos locais

Políticos
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Joaquim MonteiroHá poucos dias fomos surpreendidos, ou talvez não, com a vitória do Brexit no Reino Unido. Muitas justificações foram já adiantadas e, de entre todas, há uma que me chama a atenção, a falta de credibilidade dos políticos.

É normal ouvir os políticos europeus – em Portugal também – elogiarem as iniciativas dos seus governos quando as medidas populares ou têm resultados benéficos para as populações e amaldiçoarem Bruxelas – entenda-se a União Europeia e os seus órgãos – quando as medidas são impopulares ou têm efeitos nefastos junto das populações. Logicamente que os resultados só podem ser de hostilidade da população perante as instituições europeias. Será que o ex-primeiro ministro inglês, David Cameron, após andar anos e anos a instigar os britânicos contra a União Europeia, acreditava mesmo que podia num mês convencer os ingleses que o melhor para eles era continuar na instituição?!

Esta semana os nossos autarcas transmitiram-nos esta mesma imagem dos políticos.

Na comunicação social, pelo menos no Correio da manhã e no Jornal de Notícias, nas redes sociais, na newsletter da Junta de Freguesia, o nosso presidente de Junta não se poupou aos esforços para multiplicar a sua enorme “competência” ao conseguir que a APDL  limpasse as praias.

Congratulo-me por, finalmente, as praias de Leça da Palmeira estarem limpas, bem como os passadiços, mas não posso concordar com tanta autopromoção por parte da autarquia, pois esta não fez nada de extraordinário, apenas cumpriu a sua obrigação e fê-lo tardiamente. Aliás, se não tivessem sido as criticas apresentadas pelos leceiros, nos quais me incluo, duvido que a situação tivesse sido reparada durante esta semana.

Depois, porque o executivo da Junta rejeitou que tivesse algo a ver com o assunto, atirando todas as culpas para a APDL. Ora se não é sua competência, nem tem nada a ver com o assunto, não se entende tanto esforço em provar que foi o executivo da Junta que «convenceu» a APDL a executar a limpeza das praias.

Esta atitude é reveladora da qualidade dos políticos que temos em Leça da Palmeira. À boa maneira dos políticos europeus reivindicam para si a autoria de tudo o que é bom e atiram para os outros as falhas.

A agravar o retrato dos políticos temos ainda a petulância própria de quem se julga superior e isento de qualquer crítica. Só assim se entende que, em vez de agradecer aos leceiros o facto de estarem atentos e alertarem para o que está menos bem, optem por «disparar» em todos os sentidos. A presunção chega a tal ponto que até criticam o sítio leca-palmeira.com por dar voz aos leceiros.

Mas se os autarcas de Leça da Palmeira seguem os «maus vícios» dos políticos europeus, os da Câmara Municipal de Matosinhos andam em contraciclo com o que se passa no resto do país. A política atual aposta muito na denominado «simplex», na desburocratização dos serviços de forma a simplificar a vida aos cidadãos. No entanto, a Câmara Municipal de Matosinhos continua a ser um exemplo no que à burocracia diz respeito. Qualquer pessoa que necessite de algum documento, uma simples licença por exemplo, desespera para o conseguir. Uma vez é porque passou para o engenheiro X, depois já está no Y, a seguir voltou ao X para despacho, de repente está no W que é o chefe de serviço e, com um pouco de sorte, uma semana depois do evento para o qual é necessária a referida licença, pode ser que ela apareça.

São atitudes destas que afastam as pessoas e que fazem com que os políticos tenham uma imagem tão negativa.

Até à próxima semana.

Saudações leceiras

Joaquim Monteiro


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1 comentário

  • Leça da Palmeira continua votada ao desmazelo e abandono por parte dos autarcas matosinhenses, aliás como sempre esteve.
    Construíram , ampliam a refinaria sem consultarem os habitantes locais
    Hoje a refinaria gera receitas que são aplicadas em todo o concelho e sabe-se lá mais onde, menos em Leça
    Ate agora os autarcas têm beneficiado da pacatez e benevolência dos habitantes de Leça.
    Devem os Leceiros reivindicar os seus direitos!

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