Recriações Históricas no Concelho de Matosinhos

Recriações Históricas

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Joaquim MonteiroO concelho de Matosinhos tem investido muito nas recriações históricas. Neste ano de 2016 as figuras de cartaz são a «Lenda de Cayo Carpo», os «Piratas» e «Os Hospitalários no Caminho de Santiago».

Estando eu ligado à História não posso ficar indiferente a este tipo de ações e não posso deixar de me congratular por tais realizações. Sou um defensor acérrimo da História e um dos defensores que um povo sem passado não tem futuro. Embora oiça muitas vezes dos meus alunos aquela frase feita, que trazem de casa, de que a «História é decorar», não deixo de lutar para que adquirem uma nova imagem da História.

Piratas em Leça

Os Piratas Invadem Leça

História não é decorar, bem pelo contrário, mais importante que saber é compreender as razões que levaram a que os homens tomassem certas atitudes e interpretar as consequências dos seus atos. Mais importante do que saber que D. Afonso Henriques foi o primeiro rei de Portugal é compreender a ação que ele desenvolveu para que surgisse um país novo chamado Portugal. Mais importante que saber que Vasco da Gama chegou à Índia por mar é perceber que os portugueses com a sua ousadia refizeram todo o mapa mundo da altura e proporcionaram a primeira globalização do mundo.

Não é por acaso que a História nos entra diariamente pelas nossas casas dentro. Existe um canal «História», há vários outros canais que apresentam programas ligados à História e, mesmo nos canais ditos generalistas, os programas sobre História estão sempre presentes. Basta ver o Porto Canal e o programa do Joel Cleto «Os Caminhos da História» – já agora aproveito a oportunidade para dar os parabéns ao Joel Cleto pelo prémio recentemente recebido pelo seu trabalho na divulgação da História. Mas podia também falar da imprensa escrita, nomeadamente no Jornal de Notícias, onde as crónicas ligadas à História são uma presença constante, nomeadamente através do Germano Silva.

Mas voltando às recriações históricas em Matosinhos, não posso deixar de fazer 2 reparos.

Hospitalários

Hospitalários a Caminho de Santiago – Leça do Balio

O primeiro prende-se com o cumprimento dos horários. Não é admissível que um espetáculo marcado para as 21.30 horas comece às 22.15. Quarenta e cinco minutos de atraso sem qualquer justificação – pelo menos nenhuma explicação foi dada aos assistentes – não é aceitável num evento organizado por uma empresa profissional. Pelo que sei, a Câmara Municipal de Matosinhos aluga a organização do evento a uma empresa. Logo, a culpa direta não pode ser imputada à Câmara de Matosinhos, mas sim à empresa. Contudo, a Câmara de Matosinhos poderá e deverá ter mais cuidado com a seleção da empresa, ou então exigir mais profissionalismo à empresa adjudicada.

[h2]Embora haja várias recriações históricas creio que seria pertinente uma variação nos temas. [/h2]

O segundo tem a ver com a programação. Embora haja várias recriações históricas creio que seria pertinente uma variação nos temas. Entendo que se queira manter a marca, fazer com que se tornem uma espécie de tradição. No entanto, era possível manter o tema geral, o que dá o nome ao evento e fazer-se algo diferente todos os anos, um pouco como se faz na feira medieval de Santa Maria da Feira. Esta recriação histórica é, talvez, a mais famoso em todo o país e todos os anos tem um subtema diferente, associado a um acontecimento ou a uma personagem histórica. Daí que todos os anos os eventos sejam originais, embora a estrutura da feira se mantenha inalterável.

Lenda de Cayo Carpo

Lenda de Cayo Carpo – Matosinhos

Em Matosinhos era possível fazer o mesmo. Podia-se fazer o mercado romano, continuar a falar na lenda de Cayo Carpo, mas ter como subtema os romanos em Matosinhos, os vestígios romanos no concelho, pontes, salgas, etc.

Um outro exemplo, na feira de Leça do Balio, embora o tema principal seja os Templários, era possível recriar-se algo de novo que não o casamento de D. Fernando. Porque não, num ano,  dar-se a conhecer a lenda do Santo Homem Bem Cheiroso. Continuava ligado ao tema central e proporcionava experiências novas aos visitantes.

Ficam aqui as sugestões, espero que quem de direito esteja aberto a novas ideias, mas, sobretudo, que se dê continuidade a este tipo de eventos.

Até à próxima semana.

Saudações leceiras

Joaquim Monteiro

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1 comentário

  • Sr. Joaquim Monteiro concordo plenamente com o que escreveu, se bem que só posso comprovar o que aconteceu no último Sábado na Lenda do Cayo Carpo. Acho ainda que com a colaboração da APDL poderia ser construída uma estrutura permanente que servisse não só aquando da Lenda mas também o volei de praia, o futebol de praia entre outros e deste modo proporcionar maior comodidade a quem assiste. Faltam ainda umas melhorias na festa dos Piratas. Vou esperar para ver este ano. História é o que não falta a Matosinhos mas há quem só se preocupe com a restauração…

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