Demolição da refinaria de Leça da Palmeira começa amanhã

Tanques Combustíveis
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Demolição da refinaria de Matosinhos começa esta segunda-feira. Trabalhos vão durar dois anos e meio. Futura ocupação dos terrenos ainda não está definida.


Após o encerramento, anunciado em dezembro de 2020, os trabalhos de demolição da refinaria de Matosinhos, em Leça da Palmeira, terão início amanhã segunda-feira, dia 23. De acordo com a Galp, a primeira fase desse complexo processo de desmantelamento deverá estender-se ao longo de dois anos e meio e será a mais visível. Finalizado o descomissionamento, desmantelamento e demolição, seguir-se-á a fase de reabilitação ambiental dos solos.

Segundo a Galp, “mais do que o fim de uma era, encaramos este momento como um novo começo: o da reconversão da refinaria e da concretização de uma visão de futuro, alinhada com os princípios da inovação, da transição energética e da sustentabilidade“.

A preparação para o início dos trabalhos de demolição envolveu contactos e reuniões com diversas partes interessadas, incluindo o Governo, a Câmara Municipal de Matosinhos, entidades reguladoras, proteção civil e autoridades locais, bem como moradores e associações comerciais da zona circundante à refinaria. Foram apresentados os contornos gerais do projeto de demolição, juntamente com o respetivo cronograma e as medidas que a empresa planeia implementar para monitorizar, controlar e atenuar quaisquer constrangimentos pontuais que possam surgir durante os trabalhos em curso.

O plano de demolição, cuja primeira fase será realizada na zona sul com a demolição dos tanques de armazenagem, foi submetido à Agência Portuguesa do Ambiente, estando a Galp comprometida com o seu cumprimento rigoroso, adotando todas as medidas para proteger as pessoas envolvidas nos trabalhos de demolição e minimizar eventuais riscos para a saúde pública e o ambiente.

A Galp está prestes a lançar um website, onde serão disponibilizadas informações sobre as medidas de mitigação e atualizações relacionadas ao progresso dos trabalhos de demolição.

Vista aérea Refinaria de Matosinhos
Vista aérea Refinaria de Matosinhos

Encerramento da Refinaria

O encerramento da refinaria foi anunciado pela Galp em dezembro de 2020 e concluído no ano seguinte, um processo que gerou críticas por parte das estruturas sindicais. A desativação das operações de refinação da Galp em Matosinhos ocorreu em abril de 2021, mas cerca de 30% dos trabalhadores da refinaria permanecerão envolvidos nas operações de desmantelamento e desativação.

Em maio de 2021, a Galp iniciou um despedimento coletivo que afetou aproximadamente 150 trabalhadores da refinaria, com a empresa a chegar a um acordo com 40% dos cerca de 400 colaboradores. A decisão de encerramento da refinaria foi justificada pela Galp com base nas tendências globais de refinação, nas questões de sustentabilidade e nas características das instalações.

Que futuro?

A Câmara Municipal de Matosinhos formou um Comité Científico e um Conselho Consultivo sobre a Reconversão da Refinaria. Em fevereiro de 2022, a Galp, a autarquia e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) anunciaram planos para transformar a antiga refinaria em uma cidade da inovação focada nas “energias do futuro”.

No entanto, em fevereiro deste ano, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) informou que uma parcela do terreno da antiga refinaria da Galp em Matosinhos que a empresa planeava ceder à câmara para a Cidade da Inovação estava contaminada nos solos e nas águas subterrâneas. A Galp reconheceu que era “expectável” que os terrenos onde a refinaria operava precisassem de ser “objeto de remediação”.

Este ano também viu o anúncio da instalação de um Centro Internacional de Biotecnologia Azul no local, que contará com a colaboração da Fundação Oceano Azul.

No início do mês de outubro, falou-se no interesse da Simpatrans Oil & Gas Limited, com sede no Reino Unido, em comprar a refinaria de Leça da Palmeira, para voltar a laborar, proposta à qual a Petrogal não terá respondido.



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