Liturgia Familiar: 2.º Domingo da Páscoa – Ano B

“Felizes os que acreditam sem terem visto"

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“Felizes os que acreditam sem terem visto”

Apesar de já termos a graça de poder celebrar presencialmente os mistérios da fé, a Eucaristia, continuamos a fazer esta proposta de liturgia familiar que poderá servir como complemento à nossa celebração dominical ou, ainda para quem ainda não tenha condições, por razões de saúde ou idade, de participar presencialmente na Missa Dominical.

Como sempre tenho alertado, havendo condições, não devemos deixar de viver presencialmente o nosso encontro com Cristo Ressuscitado na Eucaristia. O Senhor tudo merece. Como digo tantas vezes, e nunca me cansarei de o dizer: Uma coisa é comer, outra é ver comer; ou seja, uma coisa é celebrarmos presencialmente a Eucaristia e dela nos podermos alimentar, outra é, “nos contentarmos” a ver à distância, sem podermos comungar o Corpo do Senhor.

LITURGIA FAMILIAR

SAUDAÇÃO

Guia: Este é o Domingo da Oitava da Páscoa, o primeiro dia da semana, o dia do encontro do Ressuscitado com a Igreja reunida, como outrora no Cenáculo, na sala da Última Ceia. Este é, desde o ano dois mil, o Domingo da Divina Misericórdia, que nos recorda o dom do perdão dos pecados, que brota do lado aberto de Cristo Morto e Ressuscitado. Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.

Todos: Ámen.

PEDIMOS PERDÃO

[cada membro da família é convidado a lavar os olhos]

Senhor, a luz da Tua Páscoa gloriosa lave os nossos olhos para vermos tudo de modo novo e caminharmos por uma vida nova.

Todos: Ámen!

ACOLHEMOS A PALAVRA

Leitura do Evangelho segundo São João – Jo 20, 19-31

Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas da casa onde os discípulos se encontravam, com medo dos judeus, veio Jesus, apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: “A paz esteja convosco”. Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor. Jesus disse-lhes de novo: “A paz esteja convosco. Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós”. Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: “Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; e àqueles a quem os retiverdes ser-lhes-ão retidos”. Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Disseram-lhe os outros discípulos: “Vimos o Senhor”. Mas ele respondeu-lhes: “Se não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, se não meter o dedo no lugar dos cravos e a mão no seu lado, não acreditarei”. Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez em casa, e Tomé com eles. Veio Jesus, estando as portas fechadas, apresentou-Se no meio deles e disse: “A paz esteja convosco”. Depois disse a Tomé: “Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; aproxima a tua mão e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente”. Tomé respondeu-Lhe: “Meu Senhor e meu Deus!”. Disse-lhe Jesus: “Porque Me viste acreditaste: felizes os que acreditam sem terem visto”.

PARTILHAMOS A PALAVRA

A paz e o dom do Espírito Santo transformam o medo em alegria, a tristeza em coragem de testemunhar a todos a Boa Nova da Páscoa. Eis o perfume primaveril da renovação pascal! A ausência de Tomé, na tarde daquele primeiro dia, impediu-o de participar neste processo pascal. Terá de ser o próprio a fazer a experiência. É certo que recebe o testemunho dos irmãos, mas só o próprio pode dar o passo da dúvida à confiança, da incredulidade à fé. Recebemos o testemunho dos nossos pais, dos nossos padrinhos, dos nossos párocos, dos nossos catequistas, de tantos homens e mulheres, que nos precederam na fé. Este episódio de Tomé ajuda-nos a entender que não fica dispensada a experiência pessoal, o encontro pessoal com Jesus Cristo, o Crucificado e Ressuscitado. A ressurreição não é uma evidência. Alguns desconfiaram, outros continuam a reclamar mais provas. O processo da maturação da fé continuará invadido de dúvidas, medos, incredulidades, desconfianças. A dúvida não é o contrário de acreditar. A dúvida é, porventura, a melhor forma de confirmar a fé, consolidar as razões do acreditar.

APRESENTAMOS AS NOSSAS PRECES

Guia: Cristo, nossa esperança, está vivo e é a mais formosa juventude deste mundo. Tudo aquilo que Ele toca, faz-se novo, enche-se de vida. Confiemos-Lhe esta oração, dizendo:

Todos: Dá-nos hoje a Tua vida para sempre!

Um membro da família: Pela Igreja: dê testemunho da Ressurreição e goze de grande simpatia por se tornar uma comunidade de irmãos, nós Te pedimos:

Todos: Dá-nos hoje a Tua vida para sempre!

Um membro da família: Pelos que governam: cuidem dos feridos desta pandemia e saibam distribuir as riquezas pelos necessitados, nós Te pedimos:

Todos: Dá-nos hoje a Tua vida para sempre!

Um membro da família: Pelos doentes, pelas crianças sem convivência, pelos jovens sem esperança, pelos idosos que estão sós, nós Te pedimos:

Todos: Dá-nos hoje a Tua vida para sempre!

Um membro da família: Pela nossa família: sejamos verdadeiros ministros da consolação, tocando todas as feridas e todos os feridos pela solidão e pelo luto, pelo desemprego e pelo desespero com a falta do necessário, pelo cansaço e pelo desânimo, pela revolta e pela dúvida, pelo arrefecimento ou pela perda da fé, nós te pedimos:

Todos: Dá-nos hoje Tua vida para sempre!

[acrescenta a tua intenção], nós Te pedimos:

Todos: Dá-nos hoje a Tua vida para sempre!

Guia: Rezamos como Jesus Cristo nos ensinou:

Todos: Pai nosso…

ASSUMIMOS UM COMPROMISSO

Guia: Vamos fazer deste tempo pascal uma oportunidade para nos aproximarmos dos outros e tocar as suas feridas: a solidão e o luto, o desemprego e o desespero pela falta do necessário, o cansaço e o desânimo, a revolta e a dúvida, o arrefecimento ou a perda da fé. Façamo-lo com a força frágil da ternura do amor! Bendigamos o Senhor!

Todos: Graças a Deus! Aleluia! Aleluia!

BÊNÇÃO DA FAMÍLIA E DA MESA

(para rezar antes da refeição)

Guia: Senhor Jesus Ressuscitado, que Te deste a conhecer ao partir o pão, fica connosco à mesa desta refeição familiar. Dá-nos a graça de reconhecer a Tua misericórdia dentro das nossas feridas; e de, nas feridas transformadas, encontrarmos o tesouro frágil da fé.

Todos: Ámen.

Por: Padre Francisco Andrade
Pároco de Leça da Palmeira


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